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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Do Mistério (partilha)

"Ao crepúsculo espelha
sol e lua nos flancos"
excerto do poema O Navio de Espelhos, de Mário Cesariny














Fotografia da autoria de Francisco Barbosa
A quem agradeço a generosa atenção e a maravilhosa dádiva


Inseridos em portentosa e surreal alegoria, a imagem destes dois verso abre o poema e prepara o espírito a quem lê as palavras inquietas e se revolta nas suas metáforas duras e escuras.
Estes dois versos impelem-nos a sermos, independentemente de tudo o que nos rodeia não ser aquilo que desejamos.
Dizem-nos que podemos viver no fio da navalha (entre o sol e lua), que podemos iluminar caminhos (ser farol...).
Dizem-nos que, contra todas as evidências e expectativas, podemos ser aquilo a que aspiramos.
No mistério que é o encadear dos momentos na vida de cada um, eis-me comovida perante este sortilégio: palavras que não me foram proferidas, mas palavras que tomo para mim: mais do que esperança, urgem-me a que construa o meu caminho, transformando - não me quedando no crepúsculo. Melhor ser Sol. Ou pelo menos Lua.
Bem que precisava desta partilha.



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