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quarta-feira, 13 de abril de 2011

Da Alegria (Reinvenção)

Dádiva matinal


Um beijo
e estas palavras
ao teu ouvido
na tua boca
possa este peso imposto
ser-te leve

Bruno Wheinhals, "Uma Conversa Passa Pelo Papel e Outros Poemas"


Uma das datas que marcam a minha vida é, desde há três anos, o 13 de Abril.

Para mim, os dias não são mais que isso, a menos que os lembre ou os espere por aquilo que os enche de significado e de valor. Não necessariamente de um passado - muito mais de um futuro, de uma perspectiva, como se fosse um mote de vida.

O princípio da noite de 13 de Abril desse ano - contra todas as expectativas - transformou todos os restantes 13 de Abril que me cabem viver. Lá morou a esperança, construída ao ritmo de renovadas promessas e declarações.

Mais um 13 de Abril passou. Neste, amanheci com a interpelação de "como encarar o dia?" Prevaleça o bom senso: reconheço a saudade mas também uma dolorosa mágoa. E, assim, este 13 de Abril foi um daqueles dias que bem desejei poder omitir na sucessão.

Reflectindo, entretanto, surge também uma reconfortante noção de que, com estas palavras que te dirijo (embora duvidando se as recebes), ponho o meu presente em ordem.

Lembrar-me-ei sempre de ti, com saudades da incomensurável alegria que a nossa relação me trazia (acredito que a ti também) e que, na plenitude desse sentimento, nenhum outro encontrava espaço, como se esse - a primitiva alegria - fosse o que estava destinado a ser.

E talvez um dia até me consiga lembrar só dessa alegria.

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