"Pois a palavra não é o grito,
mas acolhimento ou despedida.
A palavra é a súmula do silêncio,
do silêncio, a súmula de tudo."
Estou a ler (correctamente: a reflectir) os Contos Exemplares de Sophia de Mello Breyner.
São fantásticos, mas não são o mote da reflexão de hoje.
O livro foi-me emprestado - é um livro já bastante manuseado por alguém que nele inscreveu outros tantos segredos: estes muito menos sondáveis que os dos Contos Exemplares. Por isso, é como se estivesse a ler, além dos contos, as confidências e os propósitos do anterior leitor.
Uma das páginas ostenta os versos que acima transcrevi - sem indicação do poema, sem indicação do autor...
Seduziu-me esta ideia da palavra-acolhimento e da palavra-silêncio!
Tantas são as vezes que não encontramos a palavra a proferir mas o nosso silêncio é um mundo de emoções e de encontro com o outro!
Tantas são as vezes que as emoções e o encontro não pedem mais do que um meigo e sereno acolhimento... A palavra? Temos os olhos, o sorriso, a expressão... poupemos as palavras!
Silenciemos nelas o nosso mundo!
Para ti. Além de tudo, tenho também a tua mão entrelaçada na minha.
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