E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim.
Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
Se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música.
E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste!
Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo..."
excerto de O Principezinho, de Antoine Saint-Exupéry
Num dos meus livros de Português - não sei quantos anos já lá vão, nem me apetece contá-los... - havia um texto em que uma Raposa explicava a um Principezinho o que significava cativar.
É com as bonitas imagens acima transcritas que a Raposa explica ao Principezinho o significado de cativar, de criar laços.
Ao longo da vida, fui relembrando estas (e outras) palavras deste fantástico livro que - ainda hoje - me lembram em palavras simples e bonitas o que é ser Amigo, o que é ser Fraterno, o que é ser para os outros para que os outros sejam para nós.
Ainda hoje tenho a certeza que somos sempre responsáveis por aqueles que cativamos. E que cativar é uma tarefa sem fim...
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Um obrigada a Antoine Saint-Exupéry por estas palavras mágicas, no 110.º aniversário do seu nascimento!
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que é feito de si cravo de carne?
ResponderEliminarViva, Fran.
ResponderEliminarObrigada pela visita!
Nesta minha fase de "casca de noz desamparada" soube-me bem o seu interesse. Regresso breve. Prometo!
Abraço.