Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
De uma fantástica vinda."
poema Espero, de Sophia de Mello Breyner
Aproveitar o Domingo para pôr em ordem a papelada... Esse era o plano... Que, como quase todos os que fazemos, tentando meter uma vida num dia, ficou pelo caminho. Sem pena!
Ao tentar guardar mais uns papéis numa gaveta já a clamar clemência, dei por mim a rever tantas pessoas queridas que ponteiam tantos momentos felizes da minha vida! Tantas saudades!
Os amigos da escola, as meninas das confidências, os compinchas das tropelias, as companhias das folgas aos professores, o bando dos "nico-picos", o grupo das passeatas... As nossas gargalhadas, os nossos disparates, as nossas anedotas, a nossa solidariedade, a nossa afinidade e disponibilidade... Um mundo!
Dei por mim a desejar ter toda esta trupe por cá...
Amigos cuja presença se foi esbatendo ao longo de 20 anos de "cada um segue a sua vida", como se as vidas fossem estanques!...
Amigos - uns de longe, outros de perto - mas que lembro com saudade, estimo com afecto e espero como milagre!
Por isso, quando reli estes magínificos versos de Sophia (são todos magníficos..., para dizer o mínimo!), decidi dedicá-los a todos estes meus Amigos a quem dedico um grande afecto apesar de, há tanto tempo, os não ver.
Ao Agostinho (o meu "se"), à Ana Paula (companheira de tanto comboio), à Zélia (a amiga da tropelia às palavras), à Elisabete (a enciclopédia das anedotas), à Paula Cristina (a amiga mais vaidosa), à Anabela (a voz de sereia), à Elsa (a nossa noiva de Maio), ao Vítor (com ele íamos às jaulas), à Lurdes, ao Manuel e a tantos, tantos outros...
Tantas as saudades... Tão bom pensar que permanecem por cá, no coração. Tão bom ter a certeza que, quando os reencontrar, o afecto continuará a ser o nosso vínculo.
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